Bernardo Silva, estrela em ascensão na Luz

É sempre um risco projetar o futuro e muitos erros já se deram em sublimar simples banalidades de jovens jogadores apenas porque são jovens. Mas se há nome que começa a gerar consenso na Luz, na perspetiva de que este é o tal, é o de Bernardo Silva. A exibição do pequeno médio ofensivo dos encarnados, anteontem, na vitória da seleção sub-21 sobre Israel, na qual marcou um golo e deu outro na sequência de uma jogada que deve ser vista e revista, foi a confirmação daquilo que no centro de formação dos encarnados se diz à boca cheia: Bernardo será o maior talento puro criado no clube nos últimos anos. Eleito como um dos melhores jogadores do Europeu sub-19, realizado na Lituânia, o esquerdino apresenta um trajeto ligeiramente atípico: apesar estar no clube desde criança, só na época passada, pelos juniores, teve o merecido salto. Em particular na segunda metade da temporada, em que começou a marcar golos e, consequentemente, a ser chamado à respetiva seleção. Diz quem o conhece que a estatura baixa (atualmente tem 1,73 metros) prejudicou-lhe a ascensão nos escalões mais jovens (iniciados e juvenis), em que o fator físico desequilibra. Mas que nunca desistiu, pois tinha o que falta a outros: um pé esquerdo de estalo e uma visão de jogo superior aos demais. Bernardo não se destaca apenas pelas qualidades futebolísticas. Também no plano pessoal é um jogador diferenciado, fruto de uma educação acima da média e um suporte familiar que lhe confere uma forte estabilidade emocional e psicológica. É invulgar, por exemplo, encontrar um futebolista de 19 anos que não partilhe do gosto de fazer das consolas o maior passatempo ou que o jazz seja o estilo de música preferido. É o caso do esquerdino a quem já chamaram Messizinho.